Após um forte temporal, aproximadamente 900 mil clientes ainda estão sem energia ou com serviço intermitente na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), conforme comunicado da empresa Enel.
O Procon-SP anunciou que irá notificar a empresa para que explique os motivos da demora para restabelecer o fornecimento de energia, e está monitorando relatos de problemas em cidades do interior atendidas por outras empresas concessionárias, com foco especial no abastecimento de energia para hospitais e instalações médicas, incluindo residências com equipamentos vitais.
Segundo informações do governo do estado, no interior, 2.668 consumidores estão sem luz na área atendida pela CPFL Paulista; 594 na CPFL Piratininga; e 99 na CPFL Santa Cruz. Esses números correspondem a 0,05% do total atendido pelo grupo. Já a Elektro possui 6 mil clientes sem energia, com 91% dos casos já resolvidos.
O Procon-SP fará questionamentos semelhantes aos feitos anteriormente, solicitando esclarecimentos sobre o atendimento ao consumidor, o impacto do fenômeno nos equipamentos da ENEL, as providências tomadas para reparos e as equipes de atendimento de emergência disponíveis. Também serão cobradas informações sobre as medidas adotadas desde os últimos apagões.
A Enel paulista informou que está trabalhando com aproximadamente 1,6 mil técnicos em campo, inclusive com pessoal de outras concessionárias do grupo que atuam no Rio de Janeiro e no Ceará. Além da capital, com cerca de 552 mil clientes afetados, as cidades mais impactadas no momento são: São Bernardo do Campo com 60,4 mil unidades, Cotia com 59 mil e Taboão da Serra com 55,5 mil. 11% da base de clientes da empresa ainda está sem energia, com previsões de restabelecimento até quarta-feira (16).
Falta de água
O apagão também afeta a distribuição de água na região. Segundo a Sabesp, concessionária responsável pelo abastecimento de água e coleta de esgoto na região metropolitana, o serviço está comprometido em áreas de São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo, Cotia e Cajamar. A distribuidora recomenda o uso controlado de água nas regiões afetadas.
A prefeitura de São Paulo mobilizou 4 mil trabalhadores para ações de zeladoria, apoio ao tráfego e outras medidas de recuperação das áreas afetadas.
As chuvas da última sexta-feira (11) resultaram em mais de 500 ocorrências, principalmente quedas de árvores, de acordo com a Defesa Civil estadual. Sete pessoas faleceram, sendo três em Bauru, duas em Cotia, uma em Diadema e uma na capital. Em Taboão da Serra, cerca de 30 pessoas estão desalojadas e recebendo apoio da Defesa Civil e equipes municipais. A prefeitura de Taboão decretou situação de emergência.
Hotéis e restaurantes
A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) anunciou que entrará com um processo judicial contra a ENEL para reembolso de prejuízos ao setor. Cerca de 250 mil estabelecimentos filiados foram afetados pelo apagão, principalmente bares e restaurantes. Em novembro do ano passado, um blecaute na capital paulista e região metropolitana resultou em prejuízos de R$ 500 milhões para o setor.
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