O cineasta Vladimir Carvalho terá seu velório realizado nesta sexta-feira (25) no Cine Brasília, das 9h30 às 13h30. O sepultamento ocorrerá no Cemitério Campo da Esperança, às 14h30, na área destinada aos pioneiros da capital federal.
A Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, onde Vladimir lecionou por mais de 20 anos, emitiu uma nota em que descreve a admiração por sua generosidade, conhecimento e comprometimento com o ensino. Essas qualidades são unânimes entre cineastas, ex-alunos e amigos entrevistados pela Agência Brasil.
“Ele tinha uma legião de alunos. Até mesmo aqueles que não tiveram aula com ele o admiravam. A admiração era transmitida por osmose, por outras pessoas”, relembra Bruno de Castro, que colaborou com Vladimir na UnB. “Ele sempre estava disposto a ajudar a realizar coisas interessantes.”
Especialista em documentários
Castro teve a oportunidade de produzir um making off do documentário “Barra 68” (2000) e testemunhar Vladimir Carvalho dirigindo. “Ele seguia uma abordagem documental, influenciada por figuras como Eduardo Coutinho [1933-2014], que envolvia muita conversa com o entrevistado até obter as respostas desejadas”, compara.
O cineasta Márcio de Andrade, motivado pela admiração pelo trabalho de Vladimir Carvalho, dirigiu o documentário “Quando a coisa vira outra” (2022), focando na trajetória de Vladimir e de seu irmão, o também cineasta Walter Carvalho. “Trabalhar com ele sempre foi um desejo meu, que se transformou nesse documentário. Foi uma experiência incrível estar próximo de uma referência como ele”, relata Andrade.
A atriz e diretora Catarina Accioly destaca a gentileza de Vladimir Carvalho, publicando em suas redes sociais uma conversa emocionante com o cineasta após a exibição de seu documentário “Rodas Gigantes” no Festival de Brasília de 2023.
Aprendiz curioso
A ex-aluna Mercês Parente, orientada por Vladimir nos anos 1970 na UnB, se tornou amiga e admira profundamente o cineasta. “Ele sempre se via como um eterno aprendiz, mantendo uma curiosidade impressionante, cada vez mais aguçada com o passar dos anos”, conta.
O cineasta Marcus Ligocki, que colaborou com Vladimir em seu último documentário “Rock Brasília – Era de Ouro” (2011), destaca a paixão e o envolvimento total de Carvalho na produção dos filmes. “Ele absorvia tudo em busca de narrativas autênticas e apaixonadas. O cinema era parte intrínseca de sua essência”, enfatiza.
O professor de audiovisual da UnB, Pablo Gonçalo Martins, ressalta a paixão de Vladimir por sua vida e obra. Ele relembra de uma coleção do cineasta, que incluía filmes, câmeras e equipamentos de produção cinematográfica, doada à universidade. “Ele sempre foi uma inspiração para todos que o cercavam”, conclui.
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