sábado , 28 dezembro 2024
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Estudo aponta que apenas 1,4% das operações policiais no Rio de Janeiro são eficientes.

A eficácia das ações policiais na região metropolitana do Rio de Janeiro nos últimos anos foi de apenas 1,4%. Mesmo considerando aquelas que tiveram resultados razoavelmente positivos, a taxa de eficácia das mais de 22 mil operações policiais não ultrapassou os 16%. Essas descobertas foram feitas em uma pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Os pesquisadores avaliaram as operações policiais com base em três critérios e atribuíram notas a cada uma delas: se houve prisões ou vítimas (feridos ou mortos); se houve apreensão de armas e drogas ou recuperação de bens; e qual foi a motivação por trás da operação (mandado de busca e apreensão, repressão ao tráfico, disputa entre grupos criminosos, fuga/perseguição, operações patrimoniais, retaliação por morte/ataque, entre outras).

As operações mais bem avaliadas foram aquelas que não resultaram em mortos ou feridos, mas que resultaram em prisões e apreensões, e que tinham como motivação o cumprimento de mandados judiciais ou atendimento a demandas urgentes da população.

As notas variam de -12 (negativo 12) a +15 (positivo 15). Por exemplo, não causar nenhuma morte resulta em uma nota positiva de 4 pontos, enquanto ações com três ou mais mortes resultam em uma perda de 5 pontos.

São consideradas eficazes apenas as operações com notas de 14 ou 15, razoavelmente eficazes aquelas com notas entre 11 e 13,5, pouco eficazes aquelas com notas entre 7 e 10,5 e ineficazes aquelas com notas entre 1 e 6,5.

Operações com 0,5 ponto ou menos são classificadas como desastrosas. Das 22 mil operações analisadas, 8,9% foram consideradas desastrosas, 30% ineficazes e 45,3% pouco eficazes.

No ano de 2021, a pesquisa identificou que a eficácia era de 1,7%, as razoavelmente eficazes eram 13,4% e as operações desastrosas representavam 12,5% do total.

O pesquisador Daniel Hirata destacou: “Me parece que isso é um sinal claro da ineficiência da segurança pública no Rio de Janeiro. As operações policiais são necessárias dadas as circunstâncias da cidade, mas elas se tornaram rotina e acabaram se tornando a única estratégia de ação nessa área. Não tivemos um sistema de controle eficaz para melhorar a eficácia dessas operações”.

Nesta quinta-feira (25), uma operação policial no complexo de favelas de Israel, na zona norte da cidade, com o objetivo de combater os roubos de veículos e cargas na região, teve que ser interrompida após algumas horas, devido ao fato de seis civis terem sido baleados, resultando na morte de três deles.

A operação causou diversos transtornos nos serviços públicos de saúde e educação, bem como no trânsito da Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, e no transporte público da região. De acordo com a Polícia Militar, apenas uma pessoa foi presa e duas granadas foram apreendidas.

Nesta sexta-feira, o governo do Rio de Janeiro decidiu aumentar a presença policial na Avenida Brasil e nas principais vias de acesso. Segundo comunicado divulgado pelo governo, os batalhões da Polícia Militar estão operando com viaturas adicionais, motocicletas e helicópteros para garantir a segurança dos moradores e transeuntes na região da principal via expressa do Rio.

Essa decisão de reforçar o policiamento foi tomada pelo governador Cláudio Castro após uma reunião com as autoridades de segurança pública no dia anterior.

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