Três dias após a queda de Bashar al-Assad na Síria, a vida na capital, Damasco, começa a ser retomada. Lojas e bancos reabriram, trabalhadores e carros voltaram às ruas. E os soldados armados começaram a desaparecer.
O novo governo também começa a se organizar. Mohammed al-Bashir, que comandava a administração de uma pequena área controlada por grupos armados no noroeste do país, foi nomeado primeiro-ministro. Ele fez um rápido pronunciamento na tv e disse que vai tratar da transferência de arquivos para a nova administração.
Na fronteira sul do país, outros desafios. Hoje o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que ordenou ao exército que crie uma zona desmilitarizada na fronteira com a Síria. E que o país continuará a ocupar as Colinas de Golã, território sírio invadido por Israel em 1981. Mas segundo o Observatório Sírio para Direitos Humanos, as tropas israelenses já ultrapassaram as colinas e estariam a menos de 25 quilômetros de Damasco. O grupo também acusou Israel de lançar mais de 300 mísseis contra o país.
O representante permanente da Síria nas Nações Unidas apresentou uma queixa no Conselho de Segurança da ONU pedindo o fim da agressão israelense ao país.
Líderes de nações árabes, como Egito, Qatar e Iraque acusaram Israel de se aproveitar do momento de transição para avançar no território sírio.
E o presidente turco Recep Tayyip Erdogan afirmou que a Turquia não permitirá que a Síria seja novamente dividida e que irá lutar, ao lado dos sírios, caso alguns, encorajados pelos poderes com os quais contam, incendeiem a região.
A Síria enfrentou, nos últimos 14 anos, uma guerra civil sangrenta, que devastou o país. Meio milhão de pessoas morreram no conflito e mais de 12 milhões de sírios tiveram que deixar o país.
Agora, muitos desses exilados sonham em voltar para casa. O governo da Turquia abriu as fronteiras com a Síria para que eles possam retornar. E na fronteira da Síria com o Líbano, há filas de carros e pessoas que tentam voltar para casa.
Mas o enviado da ONU para a Síria, Geir Pedersen, alertou que é cedo para os países organizarem repatriação em massa de sírios. Segundo ele, a situação no país ainda é fluida, com conflitos internos no nordeste da Síria e incursões israelenses.
Deixe um comentário