O Brasil possui um dos maiores sistemas de imunização pública do planeta. Entretanto, seria inviável administrar mais de 300 milhões de doses de vacina por ano sem um grupo qualificado para essa tarefa. São cerca de 193 mil enfermeiros e técnicos de enfermagem distribuídos em mais de 38 mil salas de vacinação em todo o país. Muitas vezes, esses profissionais vão além das salas, indo até as comunidades. Neste dia National da Vacinação, os profissionais destacam a importância de aproveitar todas as oportunidades para orientar a população.
Uma dessas profissionais é Viviane de Almeida, enfermeira que atua há 16 anos na aplicação de vacinas no Super Centro Carioca de Vacinação, no Rio de Janeiro. Viviane lembra o início de sua carreira em uma campanha de vacinação contra a gripe e como se apaixonou pela prevenção de doenças por meio da imunização.
Calendário de Imunização
O Programa Nacional de Imunizações disponibiliza 31 vacinas, com atualizações constantes. Neste ano, a vacina contra a covid-19 foi incluída no calendário básico, a vacina contra a dengue passou a ser aplicada em adolescentes e a vacinação oral contra a poliomielite foi substituída pelo reforço injetável. O esquema de vacinação contra o HPV também foi alterado para dose única. É essencial que os profissionais que trabalham nas salas de vacinação entendam de imunização e se mantenham atualizados para informar a população.
Viviane destaca a importância de cada visita ao posto de saúde ser uma oportunidade única para avaliar a saúde do indivíduo e orientá-lo. Ela ressalta que o atendimento deve ser aproveitado ao máximo, pois não é garantido que o usuário retornará para completar a imunização.
Agentes de Saúde
A enfermeira e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mayra Moura, ressalta a importância do trabalho dos agentes comunitários de saúde, que acompanham as famílias atendidas pela atenção básica de saúde. O vínculo de confiança estabelecido pelos agentes é crucial para convencer a população sobre a importância da vacinação.
Mayra destaca a necessidade de aumentar as equipes de saúde familiar e capacitar esses profissionais para reverter a queda na cobertura vacinal. Ela ressalta que a imunização faz parte da atenção primária à saúde e deve ser priorizada no atendimento domiciliar.
Apesar do aumento nas coberturas vacinais no Brasil no último ano, ainda há desafios a enfrentar. Apenas a vacina meningocócica C alcançou a meta de 95% de cobertura, enquanto a vacina dTpa, recomendada para grávidas, atingiu apenas 53% do público-alvo. Apenas 30% dos bebês receberam a vacina contra a covid-19.
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