O aumento no número de denúncias de casos de LGBTQIA+fobia nos últimos anos chama atenção para a violência enfrentada por essa comunidade. De acordo com o Disque 100, serviço do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), foram registrados 5.741 casos até setembro deste ano, contra 6.070 no ano anterior. Homens gays foram os principais denunciantes, embora pessoas transexuais e travestis tenham sido as principais vítimas de agressão.
O professor Ricardo de Mattos Russo, da Uerj, destaca que a violência contra a população LGBTQIA+ já era uma questão de destaque antes dos recentes aumentos nas denúncias. Ele ressalta que a postura mais afirmativa das pessoas LGBTQIA+ e o reconhecimento das violações enfrentadas estão ajudando a aumentar o número de denúncias. No entanto, Russo aponta que o atual contexto político, com confrontos entre diferentes grupos, acaba estimulando a disseminação do ódio.
Em relação aos denunciantes, homens gays e brancos entre 20 e 40 anos foram os responsáveis pela maioria dos registros de LGBTQIA+fobia. Para a professora Carla Appollinário de Castro, da UFF, essa predominância se deve ao fato de que essas são as pessoas mais reconhecidas como sujeitos de direitos. Ela destaca que as mulheres trans e travestis, normalmente vítimas de violência, muitas vezes não se veem como cidadãs capazes de reivindicar seus direitos devido à exclusão e opressão que enfrentam.
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